Comprei o livro, por mera curiosidade, há cerca de um mês atrás. Nunca tinha lido nada da Luisa.
Comecei hoje a ler, lá fora, embalada e aconchegada pela brisa suave e pelo quentinho do Sol, do meio da tarde.
Na altura da compra pensei, porque não? A Luisa parece-me ser uma mulher interessante, boa comunicadora e alguém que admiro so...
Let's try!
Estou, ainda, na página 39 e já me apaixonei pelo registo da sua escrita, tão carregada de sentimentos comuns a quase todas nós mulheres.
Estão lá as emoções fortes, os desejos, os amores e os desamores, os momentos de solidão profunda, os filhos, os companheiros, os maridos, as coisas banais do dia a dia em que me revejo, quase na íntegra, na pele desta mulher vulgar que sou e represento, impossível de me destacar na multidão, entre tantas outras tantas mulheres, tão diferentes ou tão iguais, a mim.
E eu que tanto adoro escrever, percebi que também estava ali registado, preto no branco, um desejo igual ao meu, uma vontade e um sonho que nunca morrem, venham as adversidades que vierem.
Um dia vou escrever um livro, seja ele para publicar ou não.
Ora escutem a Luisa, ou leiam..., como preferirem:
"Sei apenas que toda a minha vida foi assim. Esta urgência da escrita que não se destinava a ninguém, que nunca seria lida, mas nada disso importava, eu tinha que passar para o papel o que me ia na alma.
Ao longo da minha vida, vejo-o agora claramente, sempre pedi desculpa por ser diferente, sempre tentei que gostassem de mim, toda a gente, e principalmente aqueles que me eram próximos. Tentei também ser aquilo que me estava destinado, uma menina bem comportada, uma senhora cumpridora das suas obrigações sociais.
Falhei em todos esses objectivos. E fui andando pela vida, com a culpa nas costas e um sorriso nos lábios. Contudo este livro marca uma importante viragem no meu percurso de vida. Porquê agora?"
Não carrego culpas, não procurei comportar-me de forma especial, nunca me achei diferente e sempre segui em frente, sem grandes hesitações ou dúvidas... mas, esta urgência da escrita que não se destinava a ninguém, que nunca seria lida, mas nada disso importava, eu tinha que passar para o papel o que me ia na alma."
Este sentimento persegue-me desde há anos e quando li estas palavras fiquei, profundamente, emocionada. Dei comigo a vestir a sua pele e ela que me perdoe o atrevimento mas, quase me senti a sua alma gémea.
Vou terminar de ler o livro, numa assentada!
Bem haja Luisa Castel-Branco!
Beijos,
da Princesa!