Tuesday, August 29, 2006

A lontra é um animal anfíbio



Nos fins-de-semana de praia acabamos todas, invariavelmente, por medir a dimensão das barrigas que passam à nossa frente, principalmente as masculinas, plenas de cervejolas, comezainas e muitas patuscadas.
- Focas à vista!
Segue-se a risada geral e a troca de olhares cumplices. É que a partir de Maio deste ano, graças à excelente campanha “Barrigudos” da Fundação Portuguesa de Cardiologia, todas as barrigas e estômagos de exagerada dimensão assumiram entre nós uma nova identidade: a foca.
A campanha televisiva recordava a verdadeira ambiência dos documentários da National Geographic. Sobre as rochas, as várias “foquinhas” rebolavam-se ao Sol deslocando-se de forma suave e escorregadia, como elementos totalmente desprovidos de alento e energia.
Uma outra frase que sempre me ocorre, nestes meus devaneios de praia, é a que utilizávamos entre o meu grupo de amigas do Secundário. Quando nos cruzávamos com uma daquelas barrigas intermináveis, dizíamos então em uníssono:
- A lontra é um animal anfíbio!
Em seguida, também, ríamos que nem umas loucas.
Abracadabra! Já lá vão trinta e cinco anos ...
Ainda com muita vontade de rir e sem barriga!
Beijos, da Princesa

Friday, August 25, 2006

Histórias de gente vulgar

Enquanto conduzia esta manhã, dei por mim a escutar, com alguma curiosidade, um empolgado comentário de rádio sobre a veracidade do traseiro da Victoria Beckam que aparece na fotografia de lançamento do novo perfume “Intimately”.
Quase se faziam ou aceitavam apostas em como o dito cujo onde assentava a mão do esposo, não era o verdadeiro.
- Então vocês ainda não viram que a Victoria original é dona de uma magreza quase esquelética? É impossível ter um traseiro daqueles! - Papagueava o locutor em tom, verdadeiramente, incendiado.
Quando o David e a Vicky juntaram os trapinhos, há alguns anitos atrás, não devem ter imaginado sequer a importância que qualquer componente ou área do seu corpo, peça de roupa, gesto ou atitude tomada na via pública, poderiam vir a assumir perante os Media.
Com grande destaque e quase ao nível de acontecimento mundial, os jornais, a televisão e as revistas mantêm-nos a todos a par dos temas mais bizarros, nomeadamente, a tatuagem, o bigodinho, a ausência de pelos, o corte de cabelo, os óculos, o preço que pagaram pela garrafa de Dom Perignon no restaurante não sei das quantas, and so on, and on, and on …
Verdadeiras personagens de conto de fadas, não acham?
Beijos!
da Princesa

Tuesday, August 22, 2006

Violência Gratuita

Ainda triste e sem grande alento para escrever, não quero deixar passar este momento sem uma breve reflexão sobre a violência com que nos cruzamos, cada vez mais, no nosso dia a dia.
É quase certo, de acordo com as investigações que efectuámos (eu e o meu irmão) que quem alvejou a minha gatinha Cleópatra foram miudos da rua cujos pais permitem o manuseamento de armas de pressão de ar que têm em casa.
Eu e o meu irmão decidimos conversar com as pessoas e tentar desincentivar este tipo de hábitos. Não sabemos se adiantará, no entanto vamos tentar. Informaram-nos já terem sido feitas, anteriormente, abordagens deste tipo e os resultados estão à vista…
Paralelamente, já solicitei à Sociedade Protectora dos Animais instruções quando às acções legais possíveis, tendo em conta a inexistência de provas.
Só me lembro que os meus sobrinhitos e os amiguinhos passam a vida a brincar na zona onde a gatinha foi atacada e podem ser um alvo muito fácil para jovens com tanta ausência de compaixão.
Abaixo o desamor!

Monday, August 21, 2006

Adeus Cleópatra


Ontem alvejaram a tiro minha querida gata Cleópatra.
Fazia dois anos amanhã e era o animal mais meigo de todos os que cuidei, até hoje.
Preta, elegante e dengosa, só lhe faltava falar comigo. Escolhia para dormir os sítios mais engraçados que possam imaginar: a fruteira da bancada da cozinha era o favorito.
Infelizmente, não estava em casa quando tudo aconteceu e foi o meu irmão e o meu sobrinho mais novo que a transportaram de urgência para o Hospital Veterinário do Restelo. Obrigada, Rui e Rodrigo!
Ao telefone o médico disse-me que as hipóteses de a salvar eram quase nulas. O chumbo tinha atravessado o ventre, deixando estragos por onde passou. Com uma perfuração aguda no intestino, o estado de prostração dela era tal que viria, certamente, a morrer na operação.
Só me lembro de ter dito:
- Por favor doutor, com o mínimo de sofrimento possível.
A Cleópatra parecia que dormia quando regressou a casa, embrulhada numa mantinha de quadrados.
Enterrámo-la no jardim, no lugar onde mais gostava de descansar: junto do tufo de hortenses que fica por baixo da minha varanda.
O Rodrigo pediu baixinho:
- Pai! Deixas-me agora pôr a terra por cima?
A cadela Nina, o gato Soneca e o gato Bolinhas seguiam, não de muito longe, todo o ritual como que pressentindo a morte. A mãe gata Alice não apareceu. Provavelmente, não teve coragem para tanto.
Abracadabra! E lá desapareceu a minha Cleópatra, na noite escura.
Saudades!
da Princesa

Friday, August 18, 2006

Mais três a caminho …

Nesta primeira década do século XXI destaca-se, agora mais acesa que nunca, a discussão sobre a inexistência de um “verdadeiro” conceito de planeta. Se acordarmos numa definição oficial, reconhecida por todas as mentes brilhantes da comunidade científica, poderá vir a ser reformulado um dos espaços do nosso encantamento: o Sistema Solar.
Recordavam-me ontem os noticiários que se tornará bem mais longa a ladainha que eu entoava na escola: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, … Plutão, … e por aí fora, até ao décimo segundo planeta, se os três novos habitantes do Sistema vierem a ser integrados: o Charon, o Xena e o Ceres.
E como todos já sabem, grandes revoluções dão sempre lugar a grandes polémicas, principalmente, porque o acordado como cientificamente correcto é, também, fonte de protagonismo e sinónimo de ascensão ao poder.
Aguardemos, então, o próximo dia 24… e até lá, lembrem-se que o espaço celeste, independentemente do número de planetas, estrelas e cometas será, sempre, palco das mais belas histórias de encantar.
De braço dado com a nossa imaginação os livros de contos, assim o podem provar.
Beijos, da Princesa

Wednesday, August 16, 2006

Deixámos de arder …

Era uma vez uma freira que bordava, bordava, bordava … à janela de um convento virado para a nossa floresta ordenada, no Centro do país. De repente, viu uma chama a brilhar lá ao fundo, e ajustou a posição da cadeira para fixar o olhar um pouco mais longe.
A curiosidade era tal que não se apercebeu ter desleixado a tão delicada tarefa que tinha entre mãos e …
- Auch! Porra, piquei-me! Merda, disse porra!
- Aiiih, valha-me Deus! Nosso Senhor me perdoe!
- Tanta desconcentração que me esqueci de avisar o 112!!!

E como que por um passe de mágica, Portugal deixou de arder!
- Hoje, não há nenhum fogo a lavrar este país … - comentava a locutora, esta manhã, no noticiário das 8 horas, na Antena 3.
Como se a voz dos Deuses falasse, agora, mais alto e uns chuviscos fizessem a diferença.
Digam lá se esta história não é um verdadeiro conto de fadas, cheia de truques e passes de magia?
Abracadabra! Plim!
Beijos, da Princesa

Monday, August 14, 2006

Carpe Diem!


No arranque deste blog, deixei claro o desejo de comunicar através da escrita, procurando a narrativa das histórias de encantar. Afinal de contas um bom pretexto para pegar nas letras e começar a expressar pensamentos, sentimentos ou sensações mágicas.
Creio, cada vez mais, no encantamento de momentos que se cruzam connosco no quotidiano das nossas vidas. Basta não estarmos distraídos para os conseguirmos identificar e saborear, ao máximo.
Ontem, na praia de S. Julião estava um Sol de encantar e um mar lindo de morrer. Nada mais revigorante que poder mergulhar nas ondas, sentir o fresco da água que conduz o corpo a flutuar, a boca a saber a sal e o calor da areia que te espera cá fora.
Ah! Já me esquecia: a tagarelice com as amigas também é digna de referência, pois claro!
Estou mesmo a ouvir a A.. : o raio da gaja parece que está possuída, ía-se esquecendo de nós! Ouve lá oh caramela, onde é que tu pensas que vives? Num mundo perfeito, sem ninguém à tua volta?
E a ideia de aniversário - 49 anos, fazia eu - esfumou-se. Venceu o prazer de estar por ali a deliciar-me e a “carregar baterias” para o próximo sonho, como diz a E....
À noite, a sobrinhada fez-me um bolo de aniversário com uma vela gigante no meio, cantou-me os parabéns e lembrou-me que já tinha quase meio século.
Imaginem! Então isto é coisa que se lembre a alguém?
Um Verão mágico para vocês!
Carpe Diem!
Beijos!
da Princesa

Wednesday, August 09, 2006

Francis Obikwelu … uma história de encantar




Quem tem coragem de dizer que não acredita em contos de fadas ou em histórias de encantar?
Era uma vez um menino que nasceu na Nigéria e se radicou em Portugal à procura de uma vida melhor. Um dia, a fada madrinha Mary Jo, a quem tinha confessado a sua paixão pelo Atletismo, apresentou-o ao treinador do Belenenses de então. Estávamos dez anos atrás, em 1996.
Pouco tempo passou … quase um passe de mágica … até se revelarem as qualidades que provaram ser o Francis um verdadeiro diamante em bruto, à espera de ser lapidado.
Ontem, alcançou o ouro Europeu que há tempos perseguia, nos seus desejos e sonhos.
Já no primeiro lugar do pódio, a medalha de ouro cruzou-se com o sorriso de plena felicidade e com um brilho nos olhos tão intenso que dispensava qualquer comentário ou explicação. O verde e vermelho das suas roupas espelhavam o agradecimento e o amor profundo que sente pelo seu país de acolhimento.
Final da história:
E juntos viveram felizes para sempre … o Francis, a medalha dos 100 metros e
… qui ça … a dos 200.
Boa Sorte e beijos!
da Princesa

Tuesday, August 08, 2006

Era uma vez uma princesa que criou um blog


As histórias de encantar nem sempre são encantadoras mas, o verdadeiro encantamento parte da imaginação de quem as lê e do talento de quem as escreve.
Depois de muito me encantar com a escrita dos outros pari hoje o meu próprio blog: "Histórias de Encantar".
Sempre achei que um dia, mais tarde, gostaría de escrever um livro. Talvez, desta forma, atice o meu desejo de comunicar com os outros.
Era uma vez, uma linda menina que nasceu numa grande cidade, do planeta terra ... ou
Era uma vez, um principe encantado que vivia num palácio dourado ...
Ooohhhhh! Até parece que já consegui.
Beijos!
da Princesa