1º de Maio a caminho...

Lembram-se do cartaz? E das fotos? Eu lembro...

Ah... e também me lembro do meu primeiro 1º de Maio em 1974, no meio da gigantesca concentração na Alameda, em Lisboa.

O ambiente era exuberante, de festa e revestido de um entusiasmo que agora esquecemos com facilidade... Eu pecadora me confesso!

A Liberdade que adquirimos em 1974 é no presente uma parte integrante e inseparável das nossas vidas e está tão envolvida no nosso Presente, que quase esquecemos um Passado em que se encontrava ausente.

- Viva a Liberdade!

- Viva o 25 de Abril!

- Viva o 1º de Maio!

Beijos,

da Princesa

As palavras que digo e escrevo...

Quando no passado Sábado abri os "regalitos" enviados pela minha querida Vanessa lembrei-me do gosto que ela tinha quando em pequenita construía as suas prendinhas.
Hoje, mulher de quase trinta anos continua menina, sensível e plena de criatividade.
É sempre uma grande emoção quando abro aqueles embrulhinhos e os laços feitos por ela, sempre acompanhados do papelinho a identificar o(s) receptor(es).
"Mãezinha"... a carta... vem sempre ternurenta e com uma escrita fora de série, as fotos... de momentos felizes que vivemos juntas, encaixadas em molduras feitas com pedaços de materiais que sempre guarda com o objectivo de um dia lhes dar vida e, até o pequeno sabonete de ervas e mel que me vai hidratar a pele nos próximos dias, chega feliz ao seu destino.
É difícil de explicar a emoção com que toco esses objectos impregnados de uma ternura viva que atravessa montanhas e vales, vilas e cidades, mares e oceanos e chega até mim, imaculada.
Daqui a dois meses estaremos ainda mais juntas...
Por ora, vão-me apaziguando a alma as memórias de muitos momentos e o som da sua voz que de vez em quando me chega através do espaço cibernauta.
Até já meu bem!
Beijos e saudades,
da Princesa

Todos somos (es)culturais

Cada vez mais me convenço que todos somos Cultura, todos somos "beleza pura"!
Por mais que escute, aqui e ali, que o ser humano está cheio de imperfeições, as surpresas do dia a dia fazem-me, quase sempre, acreditar no contrário. De facto, além de culturais somos (es)culturais face ao modo como nos ajustamos e nos encaixamos, na perfeição, ao que o imprevisto nos trás ou nos tem para dar.
Este fim de semana acolhemos uma jovem arquitecta mexicana, amiga da Vanessa, com quem nunca contactámos. É fantástico o que culturas tão distantes e objectivos de vida tão diversos têm de tão próximo.
Mais engraçado ainda foi o resultado conseguido com a integração, no nosso dia de ontem, do nosso querido amigo luso-alemão, o Norbert...
São afinidades sem fim que se descobrem, neste Mundo de afetos e de emoções reais.
Valeu Casilda! Valeu Norbert! Até já!
Beijos,
da Princesa

Aquí de Madrid...

Pues… aquí de Madrid todo sigue muy bien y tranquilo.
El curso de “Gestión de Tiempo” me hice reflexionar sobre la forma como veo mi mapa diario de 24 horas.
¡Les puedo decir que la sorpresa fue mucho interesante: en mi imaginario mi día laboral tiene 29,5 horas! ¿Fíjate, que raro no?
¡Hasta luego en Lisboa!
Besitos de la
Princesa

A dama de ferro...

E apesar daquela "cara de pau" da nossa ex-ministra Manuela Ferreira Leite, reconheço que é francamente mau ser-se batizado com uma alcunha destas: Dama de Ferro!
Independentemente da alcunha e mesmo não simpatizando com a ex-ministra, reconheço-lhe um cunho de sobriedade e de seriedade que aprecio em qualquer político seja ele barão ou dama.
O que Ferreira Leite peca por excesso de rigor, o "futuro ex" Luis Filipe Menezes peca por defeito logo, minha senhora faça o favor de se candidatar à liderança do PSD que como estava é que seguramente não se iria a lado nenhum, em termos de oposição. Nada melhor para espicaçar um Governo que uma boa Oposição bem cerrada.
Para além de si, só apostaria mesmo no Pedro Passos Coelho que tem um ar todo "giraço".
Let's see...
Beijos,
da Princesa

Portugal inesquecível!

Olhares.com - Foto: António Manuel Pinto da Silva

E se há coisa que verdadeiramente me custa é ouvir o pessoal, sistematicamente, a dizer mal desta terra que eu amo. Bem que o Sérgio Godinho também reclama com essa postura quando escreveu aquela canção do álbum "Ligação Directa" que diz:

...
Portugal é nosso p'ro bem e p'ro mal
E o mal que está bem
E o bem que está mal
E o bem que está bem
...
Juro
P' lo fado
P'lo baile
e p'lo kuduro
Que este país 'inda tem futuro
É verde e maduro
Como a fruta, às vezes brota
Às vezes, consternação
Secou no chão
...
Por isso unamo-nos
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar
Quem vai à frente
Ou fica atrás...
...
Só neste país...
Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
...

Já é tempo de levantar a cabeça, sacudir a poeira do desânimo e agarrar o momento.
Lamentações a toda a hora e instante e esperas eternas à procura de oportunidades que caiam do céu não adiantam. Bem podem esperar sentados ou sentadas, como queiram.
Dêm oportunidade à vontade de mudar... que este país ainda tem futuro!

Beijos,
da Princesa

Hilary Obama, la candidata perfecta ... en Bélgica

É o resultado de estar a estudar Espanhol desde Fevereiro deste ano...
Todos os dias passo os olhos pelo "El Pais" e pelo "El Mundo" para treinar a leitura e sistematizar, através desta, a minha memória das palavras. Digamos que estou verdadeiramente empenhada em deixar de falar "portunhol" e está a resultar.
Hoje na área de crónicas do "El Mundo" vem um artigo muito engraçado (título deste texto) e a foto ainda é mais espectacular (a que também aqui incluo).
Uma Universidade de Bruxelas (a HuBrussel) lembrou-se de lançar uma campanha que enaltecesse as vantagens de numa mesma Instituição coexistirem duas vertentes académicas complementares: o Colégio e a Universidade.
Conhecida pela sua tendência de gestão americanizada, apostou na escolha de um cartaz que provavelmente seria a grande solução para o Partido Democrata Americano, apesar de se tratar de um sonho verdadeiramente impossível, "combinar em vez de escolher".
Às vezes há ideias muito simples que resultam espectacularmente bem.
A foto diz tudo, não acham?
Beijos,
da Princesa

O crepúsculo dos Deuses

"Norma Desmond, antiga vedeta gloriosa do cinema mudo, vivia mergulhada no desespero e na amargura do esquecimento a que tinha sido votada. Isolada do Mundo, habitava uma velha mansão donde quase não saía, mantendo-se permanentemente obcecada com o seu regresso ao saudoso glamour das luzes da ribalta".
Assim está o meu Clube que vive eternamente agarrado aos "grandes nomes" e às "grandes glórias do passado", insistindo em apelidar-se de "Grande". Deixem em paz o Eusébio e o Chalana... eles foram brilhantes jogadores na sua época mas os talentos e o esplendor de antes não se transmitem por osmose, do passado para o presente.
Se o Benfica quiser de novo ser grande (com G mesmo grande) terá que apostar num presente diferente que lhe permita um futuro brilhante. Obrigatoriamente terá de mudar a sua gestão desportiva e dar uma volta de 180º na sua atitude.
Há que olhar em volta e perceber o que se está a passar com as actuais metodologias de treino de jogadores, já vulgarizadas nos meios da alta competição futebolística Europeia.
Não vamos mais longe... não é por acaso que no futebol Inglês (e não precisamos apenas pensar nas equipas de mais alto nível) o jogo do "todo" tem garra e é glamouroso. Do mesmo modo, são também glamourosas as exibições de cada jogador, deixando transparecer as melhores capacidades individuais, sem com isso prejudicarem a eficácia do conjunto.
Por detrás desta forma de estar em campo está muito trabalho, está muito treino, está muito esforço, está muito estudo táctico, está muito querer, está muito acreditar e claro "a magia" e o "brilho" de alguns fora de série (isso mesmo, é no Cristiano Ronaldo que estou a pensar...).
Espero que a prática de Yoga logo à noite deite fora os restantes 50% da mágoa pois os primeiros 50% já foram à vida no duro treino desta manhã, eh, eh, ...
Beijos,
da Princesa

PS
Não há uma sem duas, nem duas sem três...
Agora só volto a falar deles na próxima época futebolística!

Jogo de alto risco...

Engraçado... tanto se fala desde ontem na mobilização de 600 elementos da Polícia de Segurança Pública destacados (dizem eles...) para garantir a segurança de pessoas e bens e prevenir desacatos.

Cá para mim o que eles querem mesmo é previnir "trolha da grossa"...

Da forma como andam os ânimos e motivações das hostes benfiquistas e sportinguistas, bastará um pequeno incidente para que a malta se transfigure e se "passe para o lado de lá", com a maior das facilidades.

E para o Benfica, aqui reforço os meus votos de "mucha suerte", em homenagem ao Camacho, ou de "muita sorte", em homenagem ao Chalana, em tempos idos o polémico homem do brinco... lembram-se?

Eu, há hora a que começa o jogo, estarei na minha classe de Ashtanga Yoga.

Beijos,
da Princesa

...

...

Ashtanga Yoga Mantra

(para o início da práctica de Ashantanga Yoga)

...

Om

Vande gurunam caranaravinde

sandarshita svatma sukha va bodhe

nih sreyase jangalika yamane

samsara halahala mohasahantyai

...

Abahu purushakaram

shankacakrasi dharinam

sahasra shirasam svetam

pranamami Patanjalim

Om

"Vermelho" não é a cor... do momento

Até a mim que sou uma adepta "menos acesa" me custou entender como raio o Benfica conseguiu perder 3-0 com a Académica de Coimbra.
Independentemente da justiça do resultado pois a "Briosa" jogou bem e, além disso, é um dos Clubes com quem mais simpatizo, não entendo como são possíveis performances tão diferentes, em tão curto espaço de tempo (pensando por exemplo na diferença de postura dos jogadores no recente jogo com o Boavista).
Dá para perceber que os "bastidores" da Instituição devem estar caóticos em termos de Organização e de Liderança.
Resta-me desejar-lhes mais inspiração, mais garra, mais força nas canelas e, sobretudo, mais vontade de ganhar ao Sporting no jogo da próxima Quarta-feira ...
Ah é verdade, já agora... também nos próximos jogos do Campeonato da Liga.
Que os Deuses os protejam!
Beijos,
da Princesa

O Analfabeto Político

Sempre que ouço alguém dizer, com ar de empáfia, "eu não percebo nada de política... nem quero saber pois nem ligo a essas coisas", lembro-me de Brecht.
O grande drama é que continuo a ouvir barbaridades destas, quase todos os dias.
Como, habitualmente, não estou em circunstâncias que me permitem dar dois berros, a irritação desce-me até às profundezas do corpo e logo de seguida começo a "sentir as unhas dos pés a crescer".
Beijos,
da Princesa


O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguer, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e enche o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista,
malandro, corrupto e lacaio
dos exploradores do povo.

(Poema "O Analfabeto Político" de Bertolt Brecht, 1898-1956)

Preconceito e orgulho...

Uma das coisas que verdadeiramente me incomoda é a atitude e a postura de indivíduos como os 36 "skinheads" que estão a ser julgados desde ontem, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
Mário Machado, acusado de ser o líder do grupo que representa a célula portuguesa da violenta organização de extrema-direita, Hammerskin Nation, apresenta-se ao Tribunal com uma postura verdadeiramente reveladora de um indivíduo cruel, insensível e orgulhoso de o ser. Assim o indica o facto de não ter dispensado o juiz de ler as cerca 200 páginas do despacho de pronúncia.
É em ocasiões como esta que sempre me interrogo sobre quais os motivos que levaram alguém a odiar tanto os outros, apenas porque existem diferenças de raça, físicas ou de fé religiosa.
Que os Deuses nos protejam!
Beijos,
da Princesa

O nosso imaginário tem o seu quê de verdade

'Se as suas capacidades de diagnóstico forem tão grandes como o seu ego, estou disposta a suportá-lo'.

Reconheçam... a frase é linda e fabulosamente bombástica.

Escutei-a numa daquelas séries televisivas que retratam "o imaginário rosa" das Emergências hospitalares.

De tanto andar por estes corredores nos últimos anos, ali revejo algum teor de verdade no que respeita à energia intrínseca das áreas de Emergência e de Cuidados Intensivos hospitalares.

Recordo, sobretudo, o ar alucinado da médica que socorreu a minha mãe, na sua última estadia no hospital.

Senti um baque quando de repente olhei e a vi atravessar o longo corredor a correr que nem uma louca. Pronunciava entre dentes, no momento em que passou por mim:

‘Merda! Merda! Isto não está a acontecer.'

Beijos,

da Princesa

Sempre comigo ...

Hoje, no início da manhã, virei-me para as arrumações antes de começar o dia de trabalho.
Conhecem aquelas teimosias implacáveis que nos atacam quando entendemos, verdadeiramente, ter chegado ao nosso ponto de caos máximo?
Aposto que sabem... querem ver? Quando abrimos "aquela" gaveta mais de dez vezes à procura não sei de quê e não encontramos...
Engraçado, há conta deste ataque de limpezas gerais de gavetas, passaram-me várias coisas inúteis pelas mãos que deitei fora mas, sempre a pensar
'Porque raio guardei eu esta porcaria?'
De repente, um único objecto que sempre guardo, próximo de mim, desde 2004.
Aqui fica o poema "Quem morre?", de Pablo Neruda, inspiração permanente do meu modo inconformado de encarar a Vida.

Beijos,
da Princesa

*****
Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em
escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa
quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias
queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.