Thursday, March 10, 2016

Passear por Lisboa...


 
Esta manhã tinha um compromisso cerca das 09:00, em Lisboa, e para evitar o fluxo de trânsito da hora de ponta, fui bem mais cedo.
O Sol e o azul do céu foram meus amigos e, como tal, aproveitei para tomar o pequeno almoço nas calmas e fazer uma bela caminhada até ao local onde teria de estar uma hora mais tarde.
No regresso, disfrutei o passeio, de forma descontraída, entretendo-me a olhar em redor.
Não sei porquê, quando dei por mim zás…, lá estava eu a espreitar por detrás do espelho da(s) personagens que se cruzavam comigo e me aguçavam a atenção.
Hoje foi um sem abrigo, que por ali costuma andar de manhã cedo, na António Augusto de Aguiar, e apercebi-me que já é conhecido de alguns lojistas da zona.
Passou junto a mim e não consegui resistir ao olhar doce e ao sorriso que me pedia a moeda.
Logo atrás, em passo apressado, vinha a dona ou gerente (não sei se era…, mas assim parecia) de um salão de cabeleireiro bem ‘fashion’, localizado no início da Avenida.
Virou-se para ele e perguntou, em tom alegre e sorridente…
- Queres comer? Tenho ali a tua sandes!
- Sim! De pronto acenou com a cabeça, devolvendo-lhe o sorriso meigo e doce, igualzinho ao que me tinha presenteado, ao receber a moeda.
E sempre que me cruzo com personagens destas, fico a pensar...
Que raio de razão tão forte terá levado tal pessoa, aparentemente doce e calma, a chegar a este estado...
Solidão? Precaridade económica inesperada? Laços familiares inexistentes ou débeis? Violência? I really don’t know…
E lá continuei a caminhar, mais um pouco, até à zona onde tinha deixado o carro estacionado.
De novo, olhei à esquerda e reparei na jovem, ali bem perto, sentada nas escadas laterais que ficam junto à entrada do parque de estacionamento.
Lia um livro, daqueles de quinhentas páginas, com ar de quem devorava as palavras, as vírgulas e os pontos finais, com gosto. O Sol batia-lhe no corpo, sem encadear o olhar e a sensação de calma que transparecia, era boa e confortante.
E naquele preciso momento pensei… Olha, até que não me importava nada de ficar por aqui a ler um livrinho e a disfrutar este Sol, bem quente e gostoso, sem pressas…
Nada feito Ms. Isabel! Vais mas é direitinha ao trabalho, que é um gosto!
E lá fui eu, em direção ao carro. Entrei, meti a chave na ignição e pensei…
Bora lá oh airosa, que se faz tarde! Lisboa é mágica mas, acabou-se a hora do recreio! 

Beijos,
da Princesa! (eterna sonhadora, neste quotidiano simples e bem vulgar…)

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