Segundo as conversas de corredor consta que meio mundo vai fazer este fim de semana prolongado fora do seu meio envolvente habitual.
Ele é Paris, ele é Barcelona, ele é Roma, ele é Madrid, ele é Algarve, ele é Madeira, enfim... e eu a vê-los passar!
Cá estarei a bulir, como sempre, na próxima sexta-feira.
Beijos,
da Princesa
Wednesday, October 31, 2007
Sunday, October 28, 2007
Esparguete à Bolonhesa
Pois é, ser tia tem destas coisas...
Fim de semana em baby sitting versão jovem adolescente até que é bem divertido.
Bom e eu que não como carne acabei por ser cravada para fazer esparguete à bolonhesa que, como já devem calcular, é uma das iguarias favoritas do Senhor Gui!
Jantarada, Internet, brincadeira ao ar livre e passeata.
Beijos,
da Princesa
Saturday, October 27, 2007
Mais uma história de encantar
"...
Agora tinham quase a certeza que era alguém a chorar. Andaram mais um pouco e o choro parecia estar mesmo ali entre eles, no entanto não conseguiam ver ninguém. Olharam, olharam, olharam e nada, apenas um balde de praia de cor amarela estava encostado à parede da gruta, provavelmente ali esquecido por alguma criança.
Quase a desistir, começaram a andar em sentido contrário mas, de repente, o choro parou e ouviram uma voz que dizia:
- Pst, pst, pst, … crianças! Aqui em baixo, junto ao balde de praia amarelo. Não me vêm?
Olharam de novo e nada. Era mesmo estranho…
- Aqui, aqui, já estou a subir para me verem! Sou Laura, a gota de água.
Todos fixaram o olhar naquela direcção e, finalmente, viram qualquer coisa a mexer. Pareciam umas mãozitas a segurar na borda do balde e uns grandes olhos verdes (da cor do mar) a espreitar mesmo por detrás.
- Olá! Sim, sou mesmo eu, não se espantem por ver uma gota de água falar. É que nós também somos seres vivos como vocês e conseguimos comunicar falando.
O João e a Joana estavam estupefactos e os outros amigos, então nem se fala. Só abriam e fechavam a boca como os peixes de aquário mas, não saía nenhum som.
- Talvez vocês me possam ajudar a revelar um grande escândalo relacionado com os recursos de água desta zona. É que se for só eu sozinha a falar, metem-me dentro de um copo com água e bebem-me logo em seguida para me manterem de bico calado.
Quase a desistir, começaram a andar em sentido contrário mas, de repente, o choro parou e ouviram uma voz que dizia:
- Pst, pst, pst, … crianças! Aqui em baixo, junto ao balde de praia amarelo. Não me vêm?
Olharam de novo e nada. Era mesmo estranho…
- Aqui, aqui, já estou a subir para me verem! Sou Laura, a gota de água.
Todos fixaram o olhar naquela direcção e, finalmente, viram qualquer coisa a mexer. Pareciam umas mãozitas a segurar na borda do balde e uns grandes olhos verdes (da cor do mar) a espreitar mesmo por detrás.
- Olá! Sim, sou mesmo eu, não se espantem por ver uma gota de água falar. É que nós também somos seres vivos como vocês e conseguimos comunicar falando.
O João e a Joana estavam estupefactos e os outros amigos, então nem se fala. Só abriam e fechavam a boca como os peixes de aquário mas, não saía nenhum som.
- Talvez vocês me possam ajudar a revelar um grande escândalo relacionado com os recursos de água desta zona. É que se for só eu sozinha a falar, metem-me dentro de um copo com água e bebem-me logo em seguida para me manterem de bico calado.
- Um grande escândalo? (perguntaram todos ao mesmo tempo) Então conta lá, pode ser que realmente possamos ajudar. A mãe sempre nos disse que as causas ambientais são para defender com unhas e dentes e que a água é talvez o recurso natural mais importante que existe na Terra. Sem água seria completamente impossível haver vida no nosso Planeta.
- Ora até que enfim encontro quem entende as minhas preocupações.
- Oh Laura … Conta lá então o que sabes.
- Ora até que enfim encontro quem entende as minhas preocupações.
- Oh Laura … Conta lá então o que sabes.
- Bom, é o seguinte… Ontem quando vinha embalada na corrente das marés da tarde comecei a sentir um cheiro terrível e a água não muito longe parecia ter uma cor castanha muito escura. Antes de ser arrastada na direcção daquela mancha nojenta, dei meia volta e mergulhei fundo para rapidamente sair daquele lugar. Ao mergulhar, ainda tive tempo de olhar para trás e percebi que uns bons metros à frente estava a saída de uma grande conduta de esgotos.
..."
Thursday, October 25, 2007
Histórias da Carochinha
No final da semana passada, nem sei bem porquê, lembrei-me da história da Carochinha depois de ter falado ao telefone com a minha filha. Talvez porque ela me ter comentado que acabava de assinar um contrato de aluguer por um ano (pela primeira vez sozinha) para a casa onde já vivia (até agora partilhada) e tinha passado 2 dias em limpezas profunda a retirar os anteriores vestígios de partilha.
Não sei bem porquê mas veio-me então à cabeça o início da história:
Estava uma vez uma carochinha a varrer a sua casa quando encontrou uma moeda de ouro.
Feliz, foi a correr guardá-la e logo de seguida foi por-se à janela a cantar:
- Quem quer casar com a Carochinha que é tão rica, alegre e bonitinha?
Eh, eh, eh ... Tirando a parte das limpezas o resto é, pelo menos para já, pura ficção.
Beijos,
da Princesa
Não sei bem porquê mas veio-me então à cabeça o início da história:
Estava uma vez uma carochinha a varrer a sua casa quando encontrou uma moeda de ouro.
Feliz, foi a correr guardá-la e logo de seguida foi por-se à janela a cantar:
- Quem quer casar com a Carochinha que é tão rica, alegre e bonitinha?
Eh, eh, eh ... Tirando a parte das limpezas o resto é, pelo menos para já, pura ficção.
Beijos,
da Princesa
Saturday, October 20, 2007
Afinal, não há três sem quatro... ou cinco
Fatal! O ar condicionado do avião deu-me cabo da sinusite que já estava bem melhor quando viajei para a Alemanha e ao chegar a Lisboa quase tirei o lugar à Vanessa pois o voo atrasou-se mais de uma hora e as malas ficaram para trás.
Depois de uma boa seca lá chegaram as "equipages" que o pessoal de terra se tinha esquecido de transportar. Um dos contentores tinha ficado a enfeitar a pista de aterragem...
Depois de uma boa seca lá chegaram as "equipages" que o pessoal de terra se tinha esquecido de transportar. Um dos contentores tinha ficado a enfeitar a pista de aterragem...
Bom, pelo menos cheguei viva!
Beijos,
da Princesa
Friday, October 19, 2007
Raios e Coriscos!
Às vezes parece que os nossos planetas regentes conspiram contra nós em uníssono.
Posso dizer-vos que esta semana me calhou a mim, embora com um final tendencialmente feliz.
Desta vez parece ter feito jus o ditado: Não há uma sem duas, nem duas sem três!
Passo a explicar:
- 3ª. Feira de manhã:
Multa de estacionamento em Hiedelberg (passavam 15 minutos das 08:00 quando cheguei ao pé do carro e já lá tinha o papelito no vidro do carro – very german tipical, 1 minute is 1 minute, 15 minutes it’s an eternity)
- 4ª. Feira à tarde
Passada 1h15m do tempo de exame (o total era 1h30m), premi o botão do “submit” et voila! Bum! Windows Internal Error xxxx. O exame foi-se, ou melhor “vanished in the air”, “kaput”, como queiram … nem sequer ficou gravado na Base de Dados. Tive que o fazer 2ª. Vez, de raiz… Digamos que me valeu alguma calma e lembrar-me da maioria das respostas que tinha dado. OK! Passei à rasquinha com o mínimo exigido – 80% - e nem me atrevi a rever na segunda tentativa a que tinha direito, não fosse o Diabo tecê-las.
- 5ª. Feira final da tarde
- Onde está o Wally? Bom não era o Wally mas a minha “wallet”. Cadê a minha carteira com BI, Carta de Condução, Cartão de Crédito e Cartões de Débito, Cartão da Empresa, Cartão de Saúde, Cartão da Segurança Social…
Pois é! Roubada? Perdida? Não sabia. Desconfiava que roubada, mas…
Toca a cancelar o American Express. Depois de muitas chamadas e correr a assistência a clientes de Portugal, UK, Espanha, Irlanda e USA, lá consegui cancelar ao fim de 2 horas e meia.
Cidadã Europeia, incógnita e indocumentada precisava voar no dia seguinte à noite para Lisboa e nem cheta tinha para jantar, quanto mais para pagar a conta do hotel e o carro alugado…
Bueno, valeu estar com colegas.
- 6ª. Feira manhã:
Tinham encontrado a carteira na Cantina já tarde e guardaram-na para entregar à Segurança no dia seguinte.
Tudo intacto! Uf! Aqui valeu-me, tenho de reconhecer, a very tipical german honesty.
Parece que à quarta vez se quebrou o feitiço.
Daqui a umas horitas já posso voar mais tranquila!
Beijos,
Da Princesa
Posso dizer-vos que esta semana me calhou a mim, embora com um final tendencialmente feliz.
Desta vez parece ter feito jus o ditado: Não há uma sem duas, nem duas sem três!
Passo a explicar:
- 3ª. Feira de manhã:
Multa de estacionamento em Hiedelberg (passavam 15 minutos das 08:00 quando cheguei ao pé do carro e já lá tinha o papelito no vidro do carro – very german tipical, 1 minute is 1 minute, 15 minutes it’s an eternity)
- 4ª. Feira à tarde
Passada 1h15m do tempo de exame (o total era 1h30m), premi o botão do “submit” et voila! Bum! Windows Internal Error xxxx. O exame foi-se, ou melhor “vanished in the air”, “kaput”, como queiram … nem sequer ficou gravado na Base de Dados. Tive que o fazer 2ª. Vez, de raiz… Digamos que me valeu alguma calma e lembrar-me da maioria das respostas que tinha dado. OK! Passei à rasquinha com o mínimo exigido – 80% - e nem me atrevi a rever na segunda tentativa a que tinha direito, não fosse o Diabo tecê-las.
- 5ª. Feira final da tarde
- Onde está o Wally? Bom não era o Wally mas a minha “wallet”. Cadê a minha carteira com BI, Carta de Condução, Cartão de Crédito e Cartões de Débito, Cartão da Empresa, Cartão de Saúde, Cartão da Segurança Social…
Pois é! Roubada? Perdida? Não sabia. Desconfiava que roubada, mas…
Toca a cancelar o American Express. Depois de muitas chamadas e correr a assistência a clientes de Portugal, UK, Espanha, Irlanda e USA, lá consegui cancelar ao fim de 2 horas e meia.
Cidadã Europeia, incógnita e indocumentada precisava voar no dia seguinte à noite para Lisboa e nem cheta tinha para jantar, quanto mais para pagar a conta do hotel e o carro alugado…
Bueno, valeu estar com colegas.
- 6ª. Feira manhã:
Tinham encontrado a carteira na Cantina já tarde e guardaram-na para entregar à Segurança no dia seguinte.
Tudo intacto! Uf! Aqui valeu-me, tenho de reconhecer, a very tipical german honesty.
Parece que à quarta vez se quebrou o feitiço.
Daqui a umas horitas já posso voar mais tranquila!
Beijos,
Da Princesa
Monday, October 15, 2007
Back to Germany
Friday, October 12, 2007
Biofuel: que mitos?
Hoje, a abrir o noticiário das sete da Antena 3, ouvi uma notícia sobre os agro-combustíveis e os seus riscos.
Sem grande esforço, apesar de tão matinal hora, dei comigo a pensar:
- Que raio, nas últimas semanas não se tem falado de outra coisa (tirando aquela do Scolari, claro...) senão na gasolina verde e nos seus benefícios, pois até que enfim ouço uma chamada de atenção para os eminentes malefícios.
Apesar deste tema ser regularmente discutido e debatido, são mais escassos os alertas sobre as possíveis consequências dos "combustíveis verdes" na desflorestação, no desenvolvimento da agricultura, na fome mundial e nos novos níveis de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
Em Julho passado foi publicado um comentário muito interessante no Herald Tribune que li por mero acaso quando pesquisava na Internet informação sobre esta temática. "The biofuel myths" assim se chamava o artigo escrito por Eric Holt-Giménez, professor universitário que integra uma das equipas do International Honors Programs, da Universidade de Boston.
As áreas de Agro-Ecologia, Agricultura Sustentável, Camponeses e Movimento Campesino são as de maior referência para os seus trabalhos, sendo a Américas Central e do Sul, os principais pontos de referência para a sua investigação.
Logo na altura apeteceu-me falar sobre o assunto mas a coisa passou e hoje ao escutar o comentário na rádio sobre a problemática da gasolina verde e a sua relação com a fome Mundial, relembrei o artigo então lido.
Segundo Eric "... in reality, biofuel draws its power from cornucopian myths and directs our attention away from economic interests that would benefit from the transition,..."
A rápida capitalização e concentração de poder nas indústrias de biofuel agigantam-se e segundo nos indica no artigo, o crescimento dos seus investimentos em biofuel ronda os 800%, nos últimos três anos.
O investigador é peremptório em afirmar que necessitamos de um inquérito público aos grandes mitos do Biofuel:
Biofuels are clean and green
A redução de emissão de gases para a atmosfera e a redução do consumo de combustíveis fósseis versus o crescimento de emissões provocadas pela desflorestação, incêndios, drenagens de turfas ...
É comentado no artigo que cada tonelada de óleo de palma gera 33 toneladas de emissões de dióxido de carbono (10 vezes mais que a gasolina normal).
Biofuels will not result in deforestation
Os adeptos do biofuel defendem que as culturas de cereais utilizados para a sua produção em terrenos degradados, irá melhorar em vez de destruir o ambiente.
Carregado de alguma ironia, Eric comenta que talvez o governo Brasileiro tivesse isto em mente quando reclassificou 200 milhões de hectares de floresta tropical seca como degradada e apta para cultivo.
Na realidade estes eco-sistemas da Floresta Atlântica (Cerrado e Pantanal) eram ocupados por indígenas, agricultores de subsistência e rancheiros com produção extensiva de gado. Com a introdução deste tipo de culturas são agora pressionados a deslocar-se para a zona agrícola de fronteira com a Amazónia, onde os níveis de devastação e desflorestação são bem conhecidos. Curiosamente, a NASA também correlacionou o seu preço de mercado do feijão de soja com os níveis de destruição da floresta tropical na Amazónica
Biofuels will bring rural development
100 Hectares de agricultura familiar nos trópicos geram 35 postos de trabalho versus 10 postos de trabalho gerados pela cultura da cana-de-açúcar e 0,5 posto de trabalho por cada 100 hectares de feijão de soja, todos muito mal remunerados. No mínimo dá que pensar...
Os pequenos produtores serão fortemente dependentes das grandes empresas produtoras e poucos benefícios retirarão deste tipo de culturas. Necessariamente, serão forçados a sair deste mercado, como as centenas de milhar já retirados das plantações de feijão de soja pela "República da Soja", uma área de 50 milhões de hectares no sul do Brasil, norte da Argentina e Paraguai e este da Bolívia.
Biofuels will not cause hunger
Na opinião do investigador a fome resulta não da escassez mas sim da pobreza.
Os mais pobres do Mundo já gastam 50 a 80% dos seus orçamentos familiares em alimentos (isto é, quando existe orçamento...) e são eles quem mais sofre com o "boom" dos preços dos cereais necessários à produção dos agro-combustíveis. Alimentos e cereais são, desta forma, competidores pela posse da terra e dos recursos naturais o que implica, igualmente, a subida de preços da terra e da água.
E agora, que fazer? Sempre que se pensam em alternativas interessantes para combater a fome e a pobreza, proteger o ambiente, etc., etc., passado pouco tempo lá temos nós à espreita "os Diabos" do costume para avaliarem como tirar o melhor partido disso em seu favor (poder, capital e interesses económico-financeiros andam sempre de mãos dadas) e lá se vão as boas intenções e as boas ideais para o espaço.
Partilho da opinião de Eric Holt-Giménez e penso que de facto urge estabelecer limites para este tipo de produções e há que manter vigilância apertada e uma forte pressão sobre os governos para os obrigar à publicação de leis que previnam a concentração deste mercado emergente em grandes corporações. Devemos, sobretudo, insistir para que este tipo de culturas seja um complemento e não a peça central, de modo a permitir um desenvolvimento rural sustentável.
Em contraponto a estas ameaças, infelizmente bem presentes, estão a emergir com força ideias e ideais associadas ao desenvolvimento sustentável, nomeadamente no plano das aldeias biológicas, do eco-agro turismo e muito mais.
Há que não baixar os braços e lutar pelo sonho de um futuro melhor.
Beijos,
da Princesa
PS - É verdade... esqueci-me de vos dizer que o senhor da foto é o Professor Eric Holt-Giménez
Sem grande esforço, apesar de tão matinal hora, dei comigo a pensar:
- Que raio, nas últimas semanas não se tem falado de outra coisa (tirando aquela do Scolari, claro...) senão na gasolina verde e nos seus benefícios, pois até que enfim ouço uma chamada de atenção para os eminentes malefícios.
Apesar deste tema ser regularmente discutido e debatido, são mais escassos os alertas sobre as possíveis consequências dos "combustíveis verdes" na desflorestação, no desenvolvimento da agricultura, na fome mundial e nos novos níveis de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
Em Julho passado foi publicado um comentário muito interessante no Herald Tribune que li por mero acaso quando pesquisava na Internet informação sobre esta temática. "The biofuel myths" assim se chamava o artigo escrito por Eric Holt-Giménez, professor universitário que integra uma das equipas do International Honors Programs, da Universidade de Boston.
As áreas de Agro-Ecologia, Agricultura Sustentável, Camponeses e Movimento Campesino são as de maior referência para os seus trabalhos, sendo a Américas Central e do Sul, os principais pontos de referência para a sua investigação.
Logo na altura apeteceu-me falar sobre o assunto mas a coisa passou e hoje ao escutar o comentário na rádio sobre a problemática da gasolina verde e a sua relação com a fome Mundial, relembrei o artigo então lido.
Segundo Eric "... in reality, biofuel draws its power from cornucopian myths and directs our attention away from economic interests that would benefit from the transition,..."
A rápida capitalização e concentração de poder nas indústrias de biofuel agigantam-se e segundo nos indica no artigo, o crescimento dos seus investimentos em biofuel ronda os 800%, nos últimos três anos.
O investigador é peremptório em afirmar que necessitamos de um inquérito público aos grandes mitos do Biofuel:
Biofuels are clean and green
A redução de emissão de gases para a atmosfera e a redução do consumo de combustíveis fósseis versus o crescimento de emissões provocadas pela desflorestação, incêndios, drenagens de turfas ...
É comentado no artigo que cada tonelada de óleo de palma gera 33 toneladas de emissões de dióxido de carbono (10 vezes mais que a gasolina normal).
Biofuels will not result in deforestation
Os adeptos do biofuel defendem que as culturas de cereais utilizados para a sua produção em terrenos degradados, irá melhorar em vez de destruir o ambiente.
Carregado de alguma ironia, Eric comenta que talvez o governo Brasileiro tivesse isto em mente quando reclassificou 200 milhões de hectares de floresta tropical seca como degradada e apta para cultivo.
Na realidade estes eco-sistemas da Floresta Atlântica (Cerrado e Pantanal) eram ocupados por indígenas, agricultores de subsistência e rancheiros com produção extensiva de gado. Com a introdução deste tipo de culturas são agora pressionados a deslocar-se para a zona agrícola de fronteira com a Amazónia, onde os níveis de devastação e desflorestação são bem conhecidos. Curiosamente, a NASA também correlacionou o seu preço de mercado do feijão de soja com os níveis de destruição da floresta tropical na Amazónica
Biofuels will bring rural development
100 Hectares de agricultura familiar nos trópicos geram 35 postos de trabalho versus 10 postos de trabalho gerados pela cultura da cana-de-açúcar e 0,5 posto de trabalho por cada 100 hectares de feijão de soja, todos muito mal remunerados. No mínimo dá que pensar...
Os pequenos produtores serão fortemente dependentes das grandes empresas produtoras e poucos benefícios retirarão deste tipo de culturas. Necessariamente, serão forçados a sair deste mercado, como as centenas de milhar já retirados das plantações de feijão de soja pela "República da Soja", uma área de 50 milhões de hectares no sul do Brasil, norte da Argentina e Paraguai e este da Bolívia.
Biofuels will not cause hunger
Na opinião do investigador a fome resulta não da escassez mas sim da pobreza.
Os mais pobres do Mundo já gastam 50 a 80% dos seus orçamentos familiares em alimentos (isto é, quando existe orçamento...) e são eles quem mais sofre com o "boom" dos preços dos cereais necessários à produção dos agro-combustíveis. Alimentos e cereais são, desta forma, competidores pela posse da terra e dos recursos naturais o que implica, igualmente, a subida de preços da terra e da água.
E agora, que fazer? Sempre que se pensam em alternativas interessantes para combater a fome e a pobreza, proteger o ambiente, etc., etc., passado pouco tempo lá temos nós à espreita "os Diabos" do costume para avaliarem como tirar o melhor partido disso em seu favor (poder, capital e interesses económico-financeiros andam sempre de mãos dadas) e lá se vão as boas intenções e as boas ideais para o espaço.
Partilho da opinião de Eric Holt-Giménez e penso que de facto urge estabelecer limites para este tipo de produções e há que manter vigilância apertada e uma forte pressão sobre os governos para os obrigar à publicação de leis que previnam a concentração deste mercado emergente em grandes corporações. Devemos, sobretudo, insistir para que este tipo de culturas seja um complemento e não a peça central, de modo a permitir um desenvolvimento rural sustentável.
Em contraponto a estas ameaças, infelizmente bem presentes, estão a emergir com força ideias e ideais associadas ao desenvolvimento sustentável, nomeadamente no plano das aldeias biológicas, do eco-agro turismo e muito mais.
Há que não baixar os braços e lutar pelo sonho de um futuro melhor.
Beijos,
da Princesa
PS - É verdade... esqueci-me de vos dizer que o senhor da foto é o Professor Eric Holt-Giménez
Monday, October 08, 2007
Busy, busy, busy...
Cada vez mais as Empresas se identificam com ritmos de elevada aceleração no trabalho ou, pelo menos assim o pretendem dar a entender.
Se reflectirmos um pouco e se estivermos atentos apercebemo-nos que esses ritmos alucinantes se devem, muitas das vezes, a um acumular de tarefas que integram uma elevada percentagem de actividades totalmente improdutivas.
Actualmente, manter permanentemente a equipa de colaboradores em situações de "hiper trabalho" é a grande aposta de muitos quadros dirigentes para encobrirem a sua incompetência e sem estes truques de ilusionismo não teriam capacidade de sobreviver muito tempo.
Em boa verdade, quanto maiores e mais complexas forem as Organizações que os acolhem, mais tempo se aguentam no poleiro.
Ai, ai!
Beijos,
da Princesa
Se reflectirmos um pouco e se estivermos atentos apercebemo-nos que esses ritmos alucinantes se devem, muitas das vezes, a um acumular de tarefas que integram uma elevada percentagem de actividades totalmente improdutivas.
Actualmente, manter permanentemente a equipa de colaboradores em situações de "hiper trabalho" é a grande aposta de muitos quadros dirigentes para encobrirem a sua incompetência e sem estes truques de ilusionismo não teriam capacidade de sobreviver muito tempo.
Em boa verdade, quanto maiores e mais complexas forem as Organizações que os acolhem, mais tempo se aguentam no poleiro.
Ai, ai!
Beijos,
da Princesa
Friday, October 05, 2007
O 5 de Outubro de 2007
E não é que num dia lindo como o de hoje, cheio de Sol e pleno de calma, levamos logo pela manhã, com um bando de caras mal humoradas e tensas, desde o Presidente da Câmara de Lisboa, ao Presidente da República e até o nosso Primeiro Ministro.
O ar de chateação com que se apresentaram nas comemorações oficiais da Implantação da República, o conteúdo chato e "dejá vu" dos seus discursos sobre a Educação em Portugal fariam, certamente, descair o vasto busto da modelo que imortalizou a dita República em 1910.
Depois admiram-se por as cerimónias oficiais terem poucos civis a assistir.
Beijos,
da Princesa
Thursday, October 04, 2007
A distância não apaga a memória
Dizem que nos ditados populares há sempre uma verdade escondida mas, às vezes, podem haver outras verdades.
Passo a explicar:
- Longe da vista, longe do coração!
Nem sempre a distância nos apaga a memória e, consequentemente, também não se apagam os verdadeiros afectos. Joga a nosso favor o tempo que caminha de braço dado com a distância e nos ajuda a suavizar as dores da separação.
Desta vez a experiência calhou ao mano, à cunhada e aos sobrinhos mais novos.
Três meses sem Rui João, o filho mais velho, actualmente em Luanda e já com vontade de regressar.
- Tia... nem imaginas como isto é horrível!
Podia ficar aqui a falar de tudo o que já vi de mau, só num dia.
Está-se mesmo a ver que vão ser três meses a trabalhar sem parar e a pensar no regresso a Portugal, para não mais voltar.
E não sei porquê mas vem-me sempre à memória, quando falo com quem por lá passou, a cena em que Tessa Quayle (Rachel Weisz) atravessa o mercado naquele lugar perdido do Norte do Quénia, no filme "O Fiel Jardineiro".
Beijos,
da Princesa
Passo a explicar:
- Longe da vista, longe do coração!
Nem sempre a distância nos apaga a memória e, consequentemente, também não se apagam os verdadeiros afectos. Joga a nosso favor o tempo que caminha de braço dado com a distância e nos ajuda a suavizar as dores da separação.
Desta vez a experiência calhou ao mano, à cunhada e aos sobrinhos mais novos.
Três meses sem Rui João, o filho mais velho, actualmente em Luanda e já com vontade de regressar.
- Tia... nem imaginas como isto é horrível!
Podia ficar aqui a falar de tudo o que já vi de mau, só num dia.
Está-se mesmo a ver que vão ser três meses a trabalhar sem parar e a pensar no regresso a Portugal, para não mais voltar.
E não sei porquê mas vem-me sempre à memória, quando falo com quem por lá passou, a cena em que Tessa Quayle (Rachel Weisz) atravessa o mercado naquele lugar perdido do Norte do Quénia, no filme "O Fiel Jardineiro".
Beijos,
da Princesa
Wednesday, October 03, 2007
Ideais e conflitos
Quando vejo as imagens que passam na televisão sobre a repressão do poder na Birmânia, não posso deixar de me congratular com a onda de solidariedade Mundial que se estabeleceu em torno desta causa de Liberdade defendida pelos monges budistas, rostos centrais da resistência birmanesa.
Independentemente do lugar do Globo que habitam, as gentes continuam despertas para as grandes causas humanitárias, lutando e afirmando os seus ideais. A adesão em massa a estes ideais parece afinal dizer-nos que esta não é a “Era do Vazio” retratada por Gilles Lipovetsky, nos seus ensaios sobre o individualismo contemporâneo.
Beijos,
Da Princesa
Independentemente do lugar do Globo que habitam, as gentes continuam despertas para as grandes causas humanitárias, lutando e afirmando os seus ideais. A adesão em massa a estes ideais parece afinal dizer-nos que esta não é a “Era do Vazio” retratada por Gilles Lipovetsky, nos seus ensaios sobre o individualismo contemporâneo.
Beijos,
Da Princesa
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