Não sei explicar porquê mas..., é recorrente acontecerem-me situações como a de hoje, ao início da noite, quando entrava no supermercado para fazer algumas pequenas compras, de final de semana.
Abordou-me uma jovem mulher mulata, com um ar simples e agradável. Com um jeitinho simples, um pouco comprometido, disse-me:
- Desculpe, a senhora por caso pode arranjar-me 95 cêntimos?
- 95 cêntimos? É só o que precisas?
- Bom, 2 euros, se puder ser...
- Ok! Toma lá os 2 euros e fica bem.
- Obrigada! Disse-me, com um sorriso aberto.
Passados uns minutos, cruzei-me com ela dentro do supermercado, a escolher uma pequena couve branca. Sorriu-me de novo e disse-me...
- Ainda bem que há couves pequeninas. Esta vai dar para fazer uma sopa, pelo menos hoje...
Brindou-me com mais um sorriso tímido e depois perguntou-me, assim de repente:
- Como se chama?
- Isabel, respondi.
- Eu sou Margarida! Por acaso a Isabel sabe de alguém que procure uma empregada para fazer limpezas mas... que pague mais ou menos e na hora?
- Não Margarida, neste momento não sei de ninguém, mas se souber posso indicar.
- Ah sim? Obrigada! Eu moro nesta zona e posso dar o meu numero de telefone.
- Combinado Margarida! Diz lá então..., eu tomo nota.
- Então, eu sou a Margarida e o meu numero de telefone é 21......
- Só precisas dos 2 euros Margarida?
- Bem..., mais ou menos.
- Toma lá Margarida, vai fazer o resto das compras. Felizmente, não me faz diferença ajudar-te.
- Obrigada! Muito obrigada Isabel! Um novo sorriso e lá foi ela feliz, fazer o resto das compras.
Não é a primeira vez que me acontece, neste mesmo supermercado, situado no Casal de S. Brás, na Amadora. Já tive outros episódios mas, quase sempre, com pessoas bem mais idosas...
Que raio de País é este, que mantem uma discussão eterna e idiota, sobre quem forma ou não forma governo mas que ignora, sistematicamente, o desespero de tantos e tantos Portugueses que todos os dias lutam, literalmente, por uma subsistência difícil e penosa.
Sorte a da Margarida, que tem aquele sorriso lindo e tímido, que inspira confiança e vontade de lhe darmos uma pequena ajuda, mesmo que pontual.
Às tantas, tenho mesmo uma química especial..., por estar no lugar certo, no momento certo.
Sorte a minha... e da Margarida, também!
Beijos,
da Princesa! (eterna inconformada com abdicação, constante, dos Senhores do Poder nada fazerem para reconhecer os direitos fundamentais de um Povo, entre os quais, o conforto e a dignidade humana!)
Abordou-me uma jovem mulher mulata, com um ar simples e agradável. Com um jeitinho simples, um pouco comprometido, disse-me:
- Desculpe, a senhora por caso pode arranjar-me 95 cêntimos?
- 95 cêntimos? É só o que precisas?
- Bom, 2 euros, se puder ser...
- Ok! Toma lá os 2 euros e fica bem.
- Obrigada! Disse-me, com um sorriso aberto.
Passados uns minutos, cruzei-me com ela dentro do supermercado, a escolher uma pequena couve branca. Sorriu-me de novo e disse-me...
- Ainda bem que há couves pequeninas. Esta vai dar para fazer uma sopa, pelo menos hoje...
Brindou-me com mais um sorriso tímido e depois perguntou-me, assim de repente:
- Como se chama?
- Isabel, respondi.
- Eu sou Margarida! Por acaso a Isabel sabe de alguém que procure uma empregada para fazer limpezas mas... que pague mais ou menos e na hora?
- Não Margarida, neste momento não sei de ninguém, mas se souber posso indicar.
- Ah sim? Obrigada! Eu moro nesta zona e posso dar o meu numero de telefone.
- Combinado Margarida! Diz lá então..., eu tomo nota.
- Então, eu sou a Margarida e o meu numero de telefone é 21......
- Só precisas dos 2 euros Margarida?
- Bem..., mais ou menos.
- Toma lá Margarida, vai fazer o resto das compras. Felizmente, não me faz diferença ajudar-te.
- Obrigada! Muito obrigada Isabel! Um novo sorriso e lá foi ela feliz, fazer o resto das compras.
Não é a primeira vez que me acontece, neste mesmo supermercado, situado no Casal de S. Brás, na Amadora. Já tive outros episódios mas, quase sempre, com pessoas bem mais idosas...
Que raio de País é este, que mantem uma discussão eterna e idiota, sobre quem forma ou não forma governo mas que ignora, sistematicamente, o desespero de tantos e tantos Portugueses que todos os dias lutam, literalmente, por uma subsistência difícil e penosa.
Sorte a da Margarida, que tem aquele sorriso lindo e tímido, que inspira confiança e vontade de lhe darmos uma pequena ajuda, mesmo que pontual.
Às tantas, tenho mesmo uma química especial..., por estar no lugar certo, no momento certo.
Sorte a minha... e da Margarida, também!
Beijos,
da Princesa! (eterna inconformada com abdicação, constante, dos Senhores do Poder nada fazerem para reconhecer os direitos fundamentais de um Povo, entre os quais, o conforto e a dignidade humana!)