Wednesday, December 22, 2010

Uma prenda, tirada do fundo do baú...

E quase na vésperas de Natal já sei que nunca resisto à tentação de dar algo, do que tenho de melhor, às amigas e amigos queridos, que tenho espalhados por Portugal e pelos 4 cantos do Mundo.
Como todas as coisas guardadas e a ganhar cheiro a mofo não servem para nada, mais vale fazer o que a minha mãezinha me dizia: pôr a uso o que de melhor temos, as loiças, os cristais, os bordados, as roupas... senão arriscamo-nos a morrer sem tirar proveito.
E porque não as palavras?
Ofereço-vos este poema, que tinha guardado, bem lá no fundo do meu baú de memórias da escrita.
Se por acaso soubesse crioulo, coisa que não sei, imagino que soaria a qualquer coisa do género do que escrevi, em Novembro de 2007.
Na altura, fui ver como se traduziam algumas palavras, entre as quais o “você” (bô), o de (di), o grande (grandi), menino (mininu) e saudade (saudad) para crioulo. Valeu a pena, pela forma engraçada e diferente como soa, o poema falado.
Tocado e cantado é impossível pois não está musicado mas, dá para imaginar, pois é assim que me soam as Mornas de Cabo Verde.
Espero que gostem...

Malta, ... Feliz Natal 2010!

Beijos,
da Princesa

***
Morna di cá
Poema original de Isabel Brito (Novembro 2007)

Se bô está triste e só
Tem rio azul nessa cidade
Se bô tem saudad di terra de mar
Bô lembra di Cabo Verde oh!

Canta a morna di cá, canta
Canta a morna di lá, dança

Bô tem que fugir p’ra banda di lá
Bô tem que sentir o mar azul
Encosta no meu peito e chora
Deixa os sentimentos voá
Bô ca tem murmurio
Das ondas du mar profundo
Ca bô sente o cheiro a sal
Das ondas da vida

Canta a morna di cá, canta
Canta a morna di lá, dança

Meu grandi amor foi mininu crioulo
que bô viu crescê
Ca bô mergulhou nos olhos negros
Bô tem coraçon qui chora

Canta a morna di cá, canta
Canta a morna di lá, dança


Canta a morna di cá, canta
Canta a morna di lá, dança

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