Entre a Vida e a Morte...

A linha que separa a Vida da Morte é muito ténue e, por isso, deveria ser uma referência de humanidade para todos, mas... infelizmente assim não é.

A crueldade ainda é uma característica do Homem. Em pleno século XXI, insurge-se das mais diversas formas contra seres humanos e animais, continuando a mostrar-se sem pudor mas, de forma cobarde e dissimulada.

Ontem os meus dois cães, deram o alerta cerca das 08:30m da manhã, de forma incessante, ladrando que nem uns loucos.

Era a minha linda gata Sofia que estava caída junto do pinheiro da entrada da casa, em convulsões permanentes. Estava a morrer...

Vesti-me a 5000 à hora e levei-a, embrulhada num cobertor, à veterinária que a acompanha habitualmente. Por sorte, mora muito perto de nós.

Quando a Dr. Teresa a viu, disse-me de imediato:

- É veneno!

Em sofrimento, foi-lhe ligado o soro a uma patita e aplicado, também, por via intravenosa, Valium e um Antídoto que abrange vários tipos de veneno.

Infelizmente não aparentou reagir ao Antídoto.

As convulsões baixaram a intensidade, com a ajuda do Valium, mantendo-se assim até à noitinha.

Pelo menos conseguimos faze-la vomitar, o que era fundamental para tentar a sua possível sobrevivência.

A Luna, sua irmã, anda desorientada pela casa à sua procura. Acho que sabe o que se passa...

Hoje a Sofia aparentou algumas melhoras muito ténues em relação ao dia de ontem mas, o seu estado geral é muito débil e mantém uma respiração arfante. constante. Os espasmos desapareceram mas a esperança de Vida é muito limitada e o coração está muito cansado.

Vou visitá-la daqui a pouco, para ver se a minha presença lhe consegue trazer um pouco de ânimo, que possa ajudá-la a superar esta prova.

Um milagre neste Natal seria o único presente que desejo, verdadeiramente... que ela consiga sobreviver e ficar bem, sem sequelas.

Acendam uma luzinha a mais na vossa àrvore de Natal, para lhe desejar sorte.

Beijos,

da Princesa

***

PS:

A luzinha não chegou...

A Sofia morreu há poucas horas, a 20 de Dezembro de 2010, cerca das 20:15m.

Dois minutos depois de a ter visitado e de ter falado com ela, a veterinária ligou-me a dizer que tinha acabado de morrer.

Se calhar estava à minha espera para se despedir.

Miou enquanto estava junto dela, coisa que não fazia desde ontem, quando ficou internada.

Estava com dores e queixou-se... a morfina ajudou-a a acalmar e a partir com menos sofrimento.

Vou sentir saudades dela... e a Luna também. Está quieta no meu colo, neste momento...

O Alex e o Bolinhas também estão ali deitados, a olhar para nós, com um ar desolado.

Nem ladraram quando cheguei a casa... incrível!