O muro das lamentações Europeu é uma aberração comparado com as carências de Àfrica

www.olhares.com - Foto: Paulo Ramos

Hoje cheguei a casa com vontade de escrever.
Uma vontade compulsiva como se estivesse a arder em febre... 40ºC, 41ºC, 42ºC... qui ça?
Liguei a TV2, em modo automático, com o mesmo gesto recorrente de sempre e fiquei por ali, com os olhos presos no pequeno écran.
Um documentário fabuloso sobre África, sobre as crianças, sobre a guerra, sobre o lixo, sobre as armas, sobre as carências alimentares, sobre os sorrisos, sobre a precaridade, sobre a falta do que é mais básico, sobre o improviso no meio do nada, sobre as pequenas conquistas, sobre o Amor, sobre o desAmor, sobre a saúde, sobre a doença, sobre as palavras, sobre as crenças e mitos, sobre o Diabo, sobre os Deuses, sobre o Nada, sobre o Muito, sobre a educação sem meios, sobre as escolas sem cadeiras, levadas à cabeça e às costas pelos alunos.
Que idiota me senti como Europeia ao pensar que às vezes reclamo de coisas completamente idiotas, comparadas com a falta de Tudo e a falta do Nada...
E naquele documentário fabuloso a única coisa que não faltava eram os sorrisos nos rostos dos grandes e dos pequenos.
Uns verdadeiros sorrisos, nunca simulados... nunca!
Ainda bem que sofro de ataques de febre e que me dão estas vontades compulsivas de escrever sobre as pessoas do Mundo... de qualquer Mundo!
Uns com tanto, sem perceber... e outros com tão pouco que lhes sabe a tanto...
Ah aqueles sorrisos lindos e aquela Música que nos atravessa a pele e nos arrepia... de calor e friob!
God save África!
God save us!

Beijos,
da Princesa