Sunday, June 05, 2016

A precaridade de um futuro, quase imediato...


Hoje ao ver um documentário sobre a precaridade do emprego jovem, recuei uns belos anos atrás, quando saí do meu nono ano de escolaridade, com quinze anitos, e decidi ir trabalhar.
Estávamos em 1972, a sociedade de então era bem diferente, ainda sobre o regime da ditadura, fechada e isolada do Mundo, neste pequenino território nacional, à beira mar plantado.
Saí da escola em Junho e comecei a trabalhar em Outubro. Fui ganhar 1.800 Escudos por mês e, em Janeiro do ano seguinte, três meses depois, fui aumentada para 2.000 Escudos, eheheheh...
Hoje vivemos num Mundo Global, onde o domínio das novas Tecnologias de Informação é lei e, a Formação Académica Superior, de preferência carregada de Mestrados e de Pós-Graduações é, igualmente, uma aposta fundamental embora o resultado prático, na maioria dos casos, não seja favorável aos jovens que buscam emprego, no mercado de trabalho nacional.
Resultado? Fuga, em massa, para o estrangeiro ou, a eterna precaridade dos estágios mal remunerados e dos recibos verdes, sem fim.
E que presente ou que futuro esperam os mais novos, perante um cenário tão desmotivador, tão injusto e tão cinzento?
Apesar de tudo, comparando com a minha juventude, posso dizer que tinha um mercado mais aberto à minha espera, que sempre arranjei emprego quando me propus a tal, em mais jovem e em mais velha, também.
Claro que fui evoluindo, sempre a trabalhar (de 2a. a Sábado) claro que retomei os estudos e queimei as pestanas à noite durante dez anos, sozinha e com uma filha a cargo, mas terminei a licenciatura ao 36 anos e acabei por mudar de emprego, com os 40 já bem avançados.
Disseram-me então que eu era um bocado louca, que estava a arriscar demasiado e que já tinha uma idade difícil para, facilmente, arranjar um novo emprego, compatível...
Estávamos em 1998 e confesso que sou, e sempre fui, teimosa que nem uma mula mas, que me orgulho bem disso.
E não é que arranjei um emprego compatível e melhor, dois meses depois, acabadinha de chegar aos 41?
Hoje, não sei se teria a mesma dose de loucura, no contexto atual e, sinceramente, custa-me olhar em volta e ver uma montanha de gente jovem, sem rumo, face aos abusos que se comentem no mercado de trabalho atual, em termos de contratação, formas e valores de remuneração.
Felizmente, também, há casos que nos animam e, bem próximo de mim, são mais os que me animam que os que me desanimam, desde a filha à sobrinhada.
Daqui a dois anos bem que ambiciono dar o meu lugar a alguém bem mais novo e ir fazer outras coisas, igualmente interessantes, com que já sonho desde há muito.
E que mensagem gostaria de deixar por aqui, depois desta reflexão já longa?
Que a esperança, nunca morra e que os braços nunca se baixem porque, desistir é morrer e, já agora, uma boa dose de loucura, nunca fez mal a ninguém.

Fala a experiência, de quem já viveu muito!

Beijos,
da Princesa!

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