É o poeta dos poetas...
É o portador dos nossos pensamentos, das nossas dores, dos nossos sentimentos, das nossas frustações, das nossas revoltas, dos nossos sonhos, dos nossos desejos...
Hoje é dia de lhe prestar homenagem, a ele e aos seus heterónimos...
Álvaro Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro..., também eles, espelhos da sua grande Alma agitada, da sua sede de expressar, através da poesia, as suas dores e as sua inquietações.
Por aqui deixo, neste meu modesto espaço de escrita, um dos seus mais belos poemas, pelo menos para mim...
Uma vela a arder, no meu cantinho de paz, em sua homenagem!
Beijos,
da Princesa! (e amante da Poesia!)
LIBERDADE
Ai que prazerNão cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
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