Saturday, April 19, 2014

25 de Abril, sempre!



Estive há pouquinho a ver a entrevista de Otelo Saraiva de Carvalho no programa “Alta Definição” e posso assegurar-vos que me emocionou ouvir aquele relato simples e bem-disposto sobre os acontecimentos de então. Um bem-haja, também, ao Daniel de Oliveira pelas entrevistas fantásticas que consegue moderar, sem dúvida, com o coração.
Tocou-me fundo, de novo, ver todas aquelas imagens vivas da festa de rua, em que participei com os meus belos 16 anos de idade. Nem sabia bem porque estava ali mas sabia, seguramente, que a minha vida como mulher e cidadã, deste Portugal que amo e sempre amei, iria ser bem melhor e todos os sorrisos e cravos vermelhos nas mãos de civis e militares, eram a prova viva desse facto.
Vieram-me à memória as interrogações, a euforia, a alegria que senti no momento, mesmo sem perceber exactamente o que estava em jogo, a partir daquele dia mas senti, o fogo e a leveza da Liberdade.
Lembrei-me, sobretudo, da tropa de choque, armada de escudos, viseiras e bastões, que me tinha barrado a passagem no metro dos Restauradores, em Lisboa, cerca de um ano antes do 25 de Abril, aquando da manifestação dos estudantes universitários que já nos atiçava os corações e nos preparava para aquela morte anunciada do regime fascista, em Portugal.
E claro, como não poderia deixar de ser veio-me também à memória, não “uma frase batida” mas…, o meu primeiro 1º de Maio e a concentração na Alameda. Simplesmente, inesquecível e inigualável, pelo espírito com que a vivi e pelas emoções que senti ao caminhar no meio daquela multidão imensa.
Revi e ouvi de novo, encantada, uma das mais emblemáticas e lindas canções de sempre, interpretadas, pela primeira vez, por Paulo de Carvalho…, naquele lindo ano de 1974!

Também, não vou esquecer nunca, a "Grândola Vila Morena", do nosso eterno Zeca Afonso!

25 de Abril, sempre!

Beijos,
da Princesa!

E Depois do Adeus
http://www.youtube.com/watch?v=Ky5dxWbqBl4
Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu viste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.


Grândola Vila Morena
https://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

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