Tuesday, October 06, 2009

Histórias de Gente Vulgar

Na passada semana estive várias vezes em Lisboa, por motivos profissionais e não só. Numa das idas ao centro da cidade encontrei uma personagem feminina com quem habitualmente me cruzo junto à zona da Alexandre Herculano... um misto de Teresa Ricou e do Charlie Chaplin que conhecemos dos primórdios do cinema mudo.
De entre todas as personagens da cidade que até hoje conheci esta é, sem dúvida, uma das mais bizarras e a que maior ternura me inspira. Sempre acompanhada por dois sacos de plástico, onde muito provavelmente cabem todos os seus tesouros, veste habitualmente uma curta jaqueta escura de manga comprida e umas calças brancas, a três quartos. Os ténis gastos completam a indumentária e no topo da cabeça, a proteger um tufo central de cabelo, a habitual rede branca que mais me lembra uma rodilha das antigas lavadeiras de Caneças.
Para lá e p´ra cá naquela esquinas da zona, está sempre atenta à próxima vítima disposta a dispensar-lhe algumas moedinhas... euros ou cêntimos tanto faz, é preciso é que contribuam para a causa. Como paga tem aquele belo sorriso de espanto para nos dar e um olhar perdido no tempo ou, já fixo no próximo transeunte disposto a ajudar.
Enquanto tomava o meu pequeno almoço fiquei a observá-la de longe, imaginando o que seria aquela conversa animada que mantinha consigo própria, enquanto tomava o café ou o galão que tinha cravado na loja do McDonald's.
Quem sabe o que terá sido algum dia e como raio terá vindo ali a parar. Pelo seu aspecto físico terá vindo de um país nórdico. Que história estará por detrás desta escolha... não sei!

Beijos,
Da Princesa

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