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Autor da foto: Pedro Pais
E com políticos tão desinteressantes como os que nesta manhã proferiram discursos cinzentos e sem graça, a condizer na perfeição com o cenário paupérrimo da praça de Santarém onde viriam a desfilar as diferentes forças militares, é impossível evocar o grande poeta Camões.
A começar pelo discurso do Presidente da República que teve a lata de dizer aos portugueses que a sua palavra certa é 'esperança', imaginem o resto...
Senhor Presidente, eu no meu papel de cidadã responsável sem dívidas e pagadora, a tempo e horas, dos meus impostos até ao último cêntimo, digo-lhe a plena voz que a minha maior esperança é que V. Exª. não volte a abrigar no seu Conselho de Estado gente corrupta e sem escrúpulos, como o seu mais recente ex-membro, Dias Loureiro, agora mais conhecido pelo cognome de 'O Amnésico'.
Quando o povo vê o Presidente da República proteger gentalha desta e defende-la publicamente com 'unhas e dentes', a sua esperança imediata é acreditar que algo de estranho se passa...
Será que até o Presidente do povo tem 'telhados de vidro'...?
E agora sim, resta-me aqui homenagear o grande poeta Luis de Camões que deve andar às voltas no túmulo, de tão incomodado com os dircursos farsolas, da nossa 'elite' político-partidária, tão sem côr e sem poesia.
Ai, ai...
Beijos,
da Princesa
As armas e os barões assinalados...
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram
***
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Luíz Vaz de Camões, Os Lusíadas (canto 1)
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