Estou farta de ouvir políticos da tanga dizerem-me que vivi e que ainda vivo acima das minhas possibilidades.
Como agora resolveram pagar "à pressa" as dívidas à Troika mas, infelizmente, com o dinheiro dos impostos cobrados aos Portugueses, "a peso de ouro", acham que todos vivemos acima das possibilidades... Pois em sinal de protesto, apresento a minha Carta Aberta ao Governo (ou Desgoverno, como preferirem...) actual e ao nosso Presidente da República que acaba de quebrar o silêncio para nos dizer que não ia quebrar o silêncio...
***
Senhores Governantes de Portugal,
Eu, abaixo-assinada recuso-me ser, sistematicamente, acusada de viver acima das minhas possibilidades, porque:
- Trabalho e desconto para os impostos, em Portugal, desde os 15 anos de idade.
- Retomei os estudos com 28 anos (10º Ano) e terminei a minha licenciatura de Sociologia com 35 anos, após 8 anos de estudo nocturno e muito trabalho árduo (infelizmente, o modelo de Ensino Superior utilizado pelo Ministro Relvas não se aplicava na altura...).
- Persegui uma carreira profissional mais consistente, que me proporcionasse maior capacidade de progressão, me garantisse um melhor rendimento salarial e consegui agarrá-la.
- Ainda jovem, por volta dos meus 30 e poucos, já pensava em segurança e considerei capacidades de poupança e de investimento-reforma pois, a minha filha dependia exclusivamente de mim e assim se manteve até cerca dos meus 46 anos.
- Nunca contraí dívidas acima das minhas possibilidades ao contrário de vários Governos Portugueses (incluindo o actual) e Entidades relacionadas.
- O meu lema sempre foi: se tenho 100 só gasto 80...
Quem são vocês para me dar lições de Economia e dizer que vivo acima das minhas possibilidades?
Se tenho vários pares de sapatos ou de vestidos a mais é porque os pude pagar, com o rendimento do meu trabalho e, também, porque foi a forma mais fácil que encontrei para vingar a minha mãe que nos anos sessenta, só podia ter uns para andar à semana e uns para ir à missa ao Domingo.
Meus senhores... eu pago o que consumo e não tenho dívidas a Terceiros, facto do qual vocês não se podem gabar pois, sempre viveram e ainda vivem acima das vossas possibilidades. A recente visita de Angela Merkel a Portugal é um bom exemplo de como se esbanja uma "verdadeira fortuna" num momento breve e fugaz: uma visita de Estado "relâmpago", de 5 horas...
E pela primeira vez, não me despeço como habitualmente (Beijos, da Princesa!) pois vocês não merecem!
Um pontapé nas canelas!
Tenho dito!
Isabel Brito
