Adorei ver o documentário, que há poucas horas passou na RTP1.
O tema foi a censura antes do 25 de Abril de 1974.
A Censura Escrita a Azul.
Recorddámos um pouco da história do 'Jornal do Fundão', onde Mário Castrim, era um dos alvos mais atingidos, pela sua escrita corrosiva.
Que bem me lembro dele, eheheeh!!!
Vieram-me à memória, não apenas as 'frases batidas', do nosso querido Sérgio Godinho mas, também, os traços de uma época de ditadura, bem cinzenta e soturna, que me passou sum pouquinho ao lado, porque era bem caninas...
Mesmo assim recordo-me de algumas das recomendações que a minha mãe querida, bem aflita, fazia ao meu pai:
- Oh Américo!!! Tem cuidado!!!! Não podes dizer essas coisas fora de casa... Olha que alguém pode denunciar-te à PIDE!!!!
Uma época que antecedeu o tempo da livre expressão de ideias, de ideais e de pensamentos.
Demasiado jovem então, não consegui de imediato entender o real valor da Liberdade mas, à medida que fui crescendo, ganhei essa consciência e entendi, que lutar por um ideal é fundamental e imperativo.
Gostei de ouvir e de recordar, o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen...
Beijos,
da Princesa! (Sempre atenta!)
Esta Gente
Esta gente cujo
rosto Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia"
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