O apagão...

Quando as energias são afectadas, os braços e as pernas não obedecem aos comandos da cabeça, as forças são reduzidas a 50%, o olfato e o sabor desaparecem, sentimo-nos assim como se tivessemos sido alvo de um "apagão", mais ou menos como os da EDP que chegam sem qualquer pré-aviso e nunca se sabe bem quando vão partir.
Se vos disser como foi o retorno às aulas de Ashtanga Yoga, nem dá para acreditar, vão pensar que estou a tirar o lugar ao Nuno Markl, eh, eh, eh...
Alguns dos novos alunos que agora estão a chegar ao Shala, se me viram na Quarta-Feira, seguramente, não se terão inspirado muito para o início da prática, pelo que espero ter passado bem despercebida. Felizmente, a aula estava cheia.
As costas habituadas a moldar-se às diferentes posturas em função do movimento, pareciam duas tábuas direitas, daquelas muito fatelas, sem o mínimo de flexibilidade. Lá ao fundo, ainda doiam a valer, o que tornou a extensão de movimentos adequada a uma cota de 80 anos, ou seja, tudo bem lento, para combater a dor. Enfim, um verdadeiro delírio!
Mas... já dizia a minha mãezinha, 'ah rapariga, parece que foste enchertada em corno de cabra' (sinceramente nunca percebi quem era a cabra a que ela se referia...) e, como tal, já recomecei a conquistar o ritmo da continuidade regular da prática, parte integrante do meu Eu.
A aula de ontem já correu bastante melhor e a performance saltou para o nível dos 60, na próxima semana, talvez já esteja nos 52, again...
E com todo este terramoto interno, até da minha amada escrita me descolei um pouco, como devem ter percebido.
É que para além da energia, a veia criativa também foi dar uma curva até ao espaço sideral, mas... hoje, assim de repente, mergulhou lá de cima em grande velocidade e estatelou-se em cima da minha cabeça, com tanta força que até me doeu. Depois lá acalmou, aninhou-se de novo dentro da Alma e, de mansinho, lá se enroscou no canto habitual.
Aqui estou eu, de regresso a meio-gás mas, de regresso.

Beijos,
da Princesa